Não resistimos ao poema perfeito ...

Seu encantamento perpetua-se no tempo e no espaço...

Quando lido pela primeira vez inunda o corpo de emoções....

alegria, desejo, ansiedade, desespero, paixão, saudade, espera...

Cria a necessidade de ser lido todos os dias ...

Com o passar do tempo exige que os olhos o devore lentamente...

estrofe por estrofe, frase por fase, palavra por palavra...

O poema perfeito incorpora na alma do leitor...

transforma sua existência...

O poema perfeito pode ser uma poema...

Por ser uma pessoa..

Pra mim é você...

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Falta de você...


Acordei hoje...

faltou sua mão...

faltou sua boca que devora meu corpo
Sua língua que saboreia e sente meu gosto.
Sonhei e acordei com o calor do desejo...
Infelizmente não pode ser realizado..


Não posso ter você..
Ficaram as sensações...
Traços do seu perfume do nosso ultimo encontro...
Lembranças da sua presença na minha mente....
Resta uma imagem ... em minha câmera...
Reforça sua presença mas não a substitui...
Nada substitui pele na pele, olho no olho...
Minha Deusa...
Mulher maravilhosa...
Espero acordar em breve ao seu lado ..
Tocar meus lábios nos seus
Ter sua boca devorando meu corpo..
Sentir o sabor de seu corpo... 
Sinto sua falta....

Na esperança de teus olhos


Eu ouvi no meu silêncio o prenúncio de teus passos
Penetrando lentamente as solidões da minha espera
E tu eras, Coisa Linda, me chegando dos espaços
Como a vinda impressentida de uma nova primavera.
Vinhas cheia de alegria, coroada de guirlandas
Com sorrisos onde havia burburinhos de água clara
Cada gesto que fazias semeava uma esperança
E existiam mil estrelas nos olhares que me davas.
Ai de mim, eu pus-me a amar-te, pus-me a amar-te mais ainda
Porque a vida no meu peito se fizera num deserto
E tu apenas me sorrias, me sorrias, Coisa Linda
Como a fonte inacessível que de súbito está perto.
Pelas rútilas ameias do teu riso entreaberto
Fui subindo, fui subindo no desejo de teus olhos
E o que vi era tão lindo, tão alegre, tão desperto
Que do alburno do meu tronco despontaram folhas novas.
Eu te juro, Coisa Linda: vi nascer a madrugada
Entre os bordos delicados de tuas pálpebras meninas
E perdi-me em plena noite, luminosa e espiralada
Ao cair no negro vórtice letal de tuas retinas.
E é por isso que eu te peço: resta um pouco em minha vida
Que meus deuses estão mortos, minhas musas estão findas
E de ti eu só quisera fosses minha primavera
E só espero, Coisa Linda, dar-te muitas coisas lindas...

Vinícius de Moraes